Este ensaio discute a importância e a necessidade de implementação de uma Política Nacional de Práticas Corporais e Atividade Física (PNPCAF) no Sistema Único de Saúde (SUS), abordando o histórico e os desafios dessa agenda no Brasil. Embora as práticas corporais e atividades físicas tenham sido incluídas em diferentes documentos oficiais do Ministério da Saúde, como a Política Nacional de Promoção da Saúde e o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas e Agravos Não Transmissíveis, a ausência de uma política nacional específica impede o pleno desenvolvimento, a sustentabilidade e a consolidação de programas como o Academia da Saúde e do Incentivo Federal de Atividade Física no SUS. A partir de evidências científicas, recomendações internacionais e da experiência acumulada em programas e ações no Brasil, argumenta-se que a criação da PNPCAF poderá fortalecer o acesso equitativo às práticas corporais e atividades físicas como um direito, além de contribuir para a prevenção de doenças e promoção da saúde. Diante do atual cenário político e considerando o aumento do financiamento público disponível para ações de promoção destas práticas no SUS, concluímos vivermos uma importante janela de oportunidade para a formulação e promulgação da PNPCAF, ressaltando a importância da participação social e da intersetorialidade neste processo.
